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segunda-feira, 29 de novembro de 2010

O Sindicato dos metaleiros nacionais

Nesta última semana tem ganhado uma certa repercussão no meio rocker, não sei ainda se a nível regional ou nacional, o desabafo público do vocalista Thiago Bianchi (Shaman e Karma).

Segue o dito cujo: http://whiplash.net/materias/news_857/119453-shaman.html

Pela repercussão que a carta aberta conseguiu, até parece que foi dito alguma novidade.

É o mesmo chororô que eu ouço há anos pela maioria do pessoal do meio.

E é claro, o press-release contém também a coisa mais estúpida que inventaram, desde que começaram a tocar pesado no Brasil: a apologia à tal da "União do Metal Nacional".

Sempre que ouço isso eu vejo a imagem de um metalúrgico ou bancário defendendo a "classe" em alguma assembléia grevista.

Música não é política. Vai fazer o que? Juntar todas as bandas, se unir, e obrigar o público a gostar das mesmas, na base da persuasão? Isso não faz sentido.

Claro que eu não defendo a filha-da-putagem entre as bandas. Passar a perna no outro, em qualquer área, é coisa de fracassado.

Mas sem essa de "vamos dar as mãos e nos unir contra o monstro feio da mídia que não nos dá espaço SÓ PORQUE NINGUÉM QUER NOS OUVIR."

Tá na hora de as bandas pararem de olhar para o próprio rei na barriga e começarem a pensar no que o público realmente quer. 

Falando em metal nacional, o que eu vejo é um monte de banda que mistura Angra com Dream Theater e acha que o público vai digerir isso tranquilamente, só porque é tecnicamente avançado.

Como um cara como o Thiago Bianchi que faz um som como o do Karma, pode reclamar de falta de espaço na grande mídia? Aquilo é muito chato de ouvir!

É preciso escolher. Ou eu toco música auto-indulgente, para o meu próprio prazer, ou eu toco música comercialmente viável, que possa atingir o máximo de pessoas possível.

E se eu também curtir o comercialmente viável, melhor ainda!

Poxa, até os caras super técnicos da música mundial só apareceram mesmo quando fizeram música para as massas. Vide o Steve Vai e a sua "For the Love of God", Rush com "Closer to the Heart", "Tom Sawyer" e Metallica com o "Black Album" inteiro!

E o pior de tudo é o Thiago Bianchi convocando todos a "fazerem alguma coisa pelo metal", sendo que o "fazer alguma coisa pelo metal" é ficar pedindo para as rádios e TVs que toquem metal nacional.

Porque eu deveria fazer isso? Isso parece coisa de Criança Esperança. "Faça caridade para o metal nacional".

Eu posso até ouvir o Didi Mocó dizendo isso.

Se eu ligar para uma rádio para pedir uma música, vai ser para pedir uma música que eu gosto. E não porque é metal nacional.

É a eterna "síndrome do coitadinho", típica da maioria dos brasileiros. "Poxa, larguei tudo pra viver de música e buá, buá...." E o cara que largou tudo pra abrir um negócio e trabalha dia e noite pra sobreviver, sem reclamar?

Sou a favor de esquecerem o termo "Metal Nacional" e começarem a se preocupar com a música e seu público. Só. Pois nesse meio as duas únicas coisas que importam são: a MÚSICA e a PESSOA que vai ouvi-la.

Simples? Pois é. Mas como tem gente que adora complicar.....